Segundo definição da UNESCO, analfabeto funcional é toda pessoa que sabe escrever seu próprio nome, ler e escrever frases simples e efetuar cálculos básicos mas não é capaz de interpretar o que lê e é incapaz de utilizar a escrita no cotidiano.
No Brasil, o analfabeto funcional é definido, a princípio, como o individuo com 15 anos ou mais que possui menos de 4 anos de estudo. Porém podemos encontrar outras definições para o analfabeto funcional.
O analfabeto funcional pode ser encontrado em vários ambientes, e, não necessariamente, é o indivíduo com pouco estudo. Uma outra definição vai além do grau de instrução. Pessoas com formação universitária, estudantes de nível superior, funcionários com cargos elevados em uma determinada organização podem ser analfabetos funcionais.
Segundo Paulo Augusto de Podestá Botelho, professor e consultor para Programas de Engenharia da Qualidade, Antropologia Empresarial e Gestão Ambiental, membro da SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, O analfabeto funcional constitui um problema silencioso e perverso nas organizações. Não são pessoas que deixaram de frequentar a escola. Muitas vezes sabem ler, escrever e contar, mas não são capazes de compreender a palavra escrita, não são capazes de identificar as relações entre as palavras.
Ainda segundo Paulo Botelho, devido a esta deficiência, temos um resultado de perdas anuais de aproximadamente 6 bilhões de dólares em todo o mundo.
Segundo o INAF – Indicador de Alfabetismo Funcional pertencente ao IPM – Instituto Paulo Montenegro vinculado ao IBGE, em 2009 75% da população brasileira entre 15 e 64 anos não era capaz de ler, escrever ou calcular plenamente, sendo 8% totalmente analfabetos e os outros 67% analfabetos funcionais, ou seja, apenas 1 entre 4 brasileiros consegue ler, escrever e utilizar plenamente esta habilidade para uma aprendizagem contínua.
A solução para um problema tão sério está ao alcance do nosso país, mas depende de uma política educacional mais eficiente e eficaz, maiores investimentos na área de educação, melhor remuneração aos profissionais da área, principalmente no ensino fundamental. Não é aumentando para nove anos o tempo de estudo que vamos resolver este problema, devemos aumentar a qualidade. Infelizmente nosso sistema de ensino forma milhões de analfabetos funcionais todos os anos.